PROGRAMA



20 de MAIO 
Sexta-feira


11:00H 
Abertura. Introdução e apresentações.


11:15H 
Sandra Fisher-Martins

Directora da Português Claro, uma empresa de consultoria e formação que introduziu em Portugal o conceito de linguagem clara e que, desde 2007, ajuda as empresas e instituições portuguesas a comunicar de uma forma mais clara. Interessa-se pelo uso da linguagem clara e do design de informação como forma de ajudar os cidadãos a tomar decisões mais informadas acerca da sua saúde, educação, bem-estar e direitos cívicos fazendo consultoria e formação para instituições públicas e privadas. Representante em Portugal da associação internacional Clarity, que promove a simplificação da linguagem jurídica e administrativa. Membro da direcção da PLAIN – Plain Language Association Internacional – e do International Plain Language Working Group, grupo de especialistas em linguagem clara que está a definir standards para a prática desta profissão.


More than words: A linguagem como elemento central do design de informação

Em Portugal 80% da população não consegue descodificar as cartas do banco, os formulários do IRS, as bulas dos medicamentos ou os contratos que assina. Isto tem custos para as empresas, para os cidadãos e para o país. As empresas perdem sempre que a sua comunicação não é compreendida. Por um lado, a não compreensão acarreta erros e mal-entendidos que custam tempo e dinheiro a resolver. Por outro, uma empresa que comunique de forma complexa e hermética acaba por ser vista como pouco transparente, o que abala a confiança dos consumidores. Os cidadãos são prejudicados pela falta de clareza porque tomam decisões mal informadas, fazem más escolhas, não sabem quais são os seus direitos e, muitas vezes, os seus deveres. Perdem tempo, perdem dinheiro, perdem oportunidades. O país perde porque os seus serviços não são eficazes nem eficientes e os seus cidadãos são menos informados, menos produtivos, menos participativos. Encontrar soluções que respondam a esta realidade é o trabalho do designer de informação. E para isso, a linguagem tem de fazer parte da sua “caixa de ferramentas”.


11:45H 
Ana Alexandrino da silva

Autora do livro Gráficos e Mapas: Representação de Informação Estatística (Lidel, 2006) e formadora especializada em representação gráfica. Colaboradora do Instituto Nacional de Estatística durante 11 anos, tendo participado no desenvolvimento de diversas publicações de análise e divulgação de informação estatística. Integra actualmente a equipa técnica do Observatório do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional). Mestre em “Estatística e Gestão de Informação” pela Universidade Nova de Lisboa e licenciada em “Matemática aplicada à economia e gestão” pela Universidade Técnica de Lisboa.


Um golpe de asa... ou o papel do designer no mundo das representações estatísticas.

O desafio lançado na forma da pergunta: Pode o design ambicionar desenhar a informação? Suscitou uma reflexão sobre o papel do designer no mundo da informação estatística (quantificada e qualificada, absoluta e relativa, evolutiva,…) e sobre a possibilidade de esse ‘desenho’ ser necessariamente inovador, prescindindo dos gráficos conhecidos em detrimento de outros pouco testados. Considerando o cansaço face aos modelos gráficos actuais, que outro caminho para o designer senão recriar, reinventar, reciclar as formas gráficas existentes de modo a torná-las perceptivas para esse novo público prosumer - “simultaneamente produtor e consumidor de informação”. Abordam-se dois casos paradigmáticos: os Gráficos circulares e as Caras de Chernoff. Os exemplos escolhidos abarcam a representação univariada e multivariada; os primeiros, ao contrário dos segundos, são bem conhecidos do grande público apesar de lhes ser dedicada pouca atenção. Uns e outros aparentam ser simples, mas quando o objectivo é informar e quantificar falta-lhes um golpe de asa*…

(*Mário de Sá Carneiro - “Quase”)


12:15H 
Luís Rodrigues

Doutorando em Novas Tecnologias de Informação e Comunicação em Geografia desde Junho de 2007 no Departamento de Geografia e Planeamento Regional da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Coordenador da Pós-graduação em Sistemas de Informação Geográfica e Metodologias para a Aquisição de Informação da Universidade Atlântica de 2000 a 2006. Mestre em Dinâmicas Populacionais Espacialmente Referenciadas no Concelho de Mértola, o Passado e o Futuro: Um ensaio Metodológico, em Agosto de 1998. Licenciado em Geografia e Planeamento Regional pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Desenhar mapas (anamórficos) para melhor comunicar

Nesta apresentação são levantadas algumas questões fundamentais para entender a importância da cartografia e em particular do desenho de mapas na sociedade actual. O que é um mapa? Para que servem os mapas? Quais as vantagens da sua utilização?
Pretende-se demonstrar o potencial dos mapas na comunicação de dados, especialmente enquanto instrumentos de síntese de conteúdos complexos. Isto é, os bons mapas partem da generalização fragmentada da realidade e chegam aos seus destinatários de forma concisa, imediata e universal. O seu valor será tanto maior quanto melhor reproduzirem os aspectos da realidade seleccionados previamente para a sua concepção. Para o desenho de mapas invocam-se normalmente processos de generalização dos conteúdos seleccionados para representar cartograficamente a realidade. Em alternativa, é possível recorrer a métodos de generalização geométrica da realidade para a criação de mapas temáticos. Estes processos, normalmente associados às projecções cartográficas, são neste caso empregados para a criação de mapas cuja principal componente visualmente discriminatória é a forma. Os mapas temáticos resultantes deste processo utilizam preferencialmente como simbologia a distorção dos objectos em função de um tema. Como resultado deste anamorfismo desenham-se mapas mais rapidamente entendíveis, embora geometricamente menos precisos.
Os cartogramas lineares dos metropolitanos são os exemplos mais comuns de generalização geométrica, no entanto serão demonstradas nesta apresentação outras aplicações desta metodologia.

12:45H 
Debate e encerramento da sessão.


+
27 de MAIO 
Sexta-feira


11:00H 
Abertura. Introdução e apresentações.


11:15H 
Carlos Pires


Licenciado em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e mestrando em Design de Comunicação e Novos Media na mesma instituição. Desenvolve actividade profissional como designer, web designer, professor e formador nas áreas consagradas à imagem e novos media. É membro da DRS (Design Research Society), da ACM (Association for Computing Machinery), da Cognitive Science Society, da CSTA (ACM Computer Science Teachers Association), do EGOS (European Group for Organizational Studies), e membro (estudante) do IEEE (The Institute of Electric and Electronic Engineers) e da IEEE Computer Society.

Para uma taxonomia da Visualização de Informação
Desde há muito que a sistematização da prática da Visualização de Informação (InfoVis) tem vindo a ser uma preocupação entre os investigadores e praticantes das áreas envolvidas. Encontramos esta preocupação no trabalho pioneiro de Willard Cope Brinton e no trabalho sistemático de Jacques Bertin. As classificações apresentadas por estes são no entanto tópicas e relevantes em aplicações muito específicas de determinadas particularidades perceptuais da visualização. É preciso algo mais no sentido de se desenvolver uma taxonomia que permita por um lado classificar as aplicações de InfoVis existentes, e que por outro lado permita abrir novos horizontes de I&D neste campo. Apresentam-se trabalhos considerados mais significativos neste domínio e algumas orientações que permitirão expandir o trabalho anterior e chegar a um quadro mais abrangente e unificador das diversas tipologias de aplicação da InfoVis.


11:45H 
Paulo Alcobia


Doutorando em Design de Comunicação com um projecto na área dos Diagramas e a sua facilidade de uso na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Mestre em Ciências Empresariais pelo INDEG/ISCTE com especialização em Gestão de Recursos Humanos com a tese “Identidade profissional dos designers portugueses”. Licenciado em Design de Comunicação pela FBAUL. Profissional no campo do Design de Comunicação. Coordenador do Mestrado de Design Informacional das Pós-Graduações em Artes Gráficas, Web Design e Design de Comunicação do ISEC e docente, nas Licenciaturas de Design e Produção Gráfica do ISEC. Assistente convidado na FBAUL.


Beck conversa com Bertin:  Dois modelos compatíveis na construção de diagramas

Aborda-se uma conversa que nunca se realizou. Através dela podemos imaginar, induzir e estabelecer relações que de alguma forma, sublinhem a importância de cada um dos modelos descritos para um território de narrativas muito vasto mas que parece unânime quanto 
ao valor que deposita nestes dois contributos.
Esta apresentação refere-se ao contributo e importância da aprendizagem do design de diagramas enquanto ferramenta projectual no domínio do design de comunicação. 
As dificuldades de articulação, entre os múltiplos aspectos formais da representação pelo desenho e a funcionalidade exigida pela necessidade de visualização, foram salientadas com a ascensão do modernismo no século XX. 
A legitimidade do desenho na memória e no raciocínio têm servido de ligação entre o formal e funcional. A complexidade e preponderância de sistemas de informações mais densos aumentou a dificuldade de visualização. É desta inabilidade que resulta a justificação do protagonismo dos diagramas. Estes servem para expressar ou descrever ideias, mas também permitem visualizar raciocínios mais abstractos impossíveis de percepcionar directamente da realidade. 

12:15H 
Miguel Cardoso

Artista de media digital e investigador de informática musical e composição no CITAR. Licenciado em Design de Comunicação na Faculdade de Belas-Artes do Porto, é doutorando na Escola das Artes da Universidade Católica do Porto com investigação em Composição de Sistemas Interactivos. Colaborou com Bestiario (Barcelona) na criação de projectos de visualização de informação, produziu e participou em vários concertos de música experimental e improvisada e participou activamente, como professor, em workshops e seminários relacionados com a criação digital. Desenvolve extensivamente trabalhos na área da programação criativa com o fim de criação de projectos sonoros e visuais.

Visualização dinâmica de informação

A necessidade de gerar conhecimento, de tornar a informação tangível, requer representações específicas e um trabalho de design de interacção multidisciplinar. Através de projectos recentes serão apresentadas algumas ideias e discutir-se-ão as potencialidades de representação dinâmica de informação.

12:45H 
Debate e encerramento da sessão.