1ª Sessão / 20 de Maio de 2011

11:00H 

Abertura. Introdução e apresentações.

11:15H 
Sandra Fisher-Martins

More than words: A linguagem como elemento central do design de informação

Em Portugal 80% da população não consegue descodificar as cartas do banco, os formulários do IRS, as bulas dos medicamentos ou os contratos que assina. Isto tem custos para as empresas, para os cidadãos e para o país. As empresas perdem sempre que a sua comunicação não é compreendida. Por um lado, a não compreensão acarreta erros e mal-entendidos que custam tempo e dinheiro a resolver. Por outro, uma empresa que comunique de forma complexa e hermética acaba por ser vista como pouco transparente, o que abala a confiança dos consumidores. Os cidadãos são prejudicados pela falta de clareza porque tomam decisões mal informadas, fazem más escolhas, não sabem quais são os seus direitos e, muitas vezes, os seus deveres. Perdem tempo, perdem dinheiro, perdem oportunidades. O país perde porque os seus serviços não são eficazes nem eficientes e os seus cidadãos são menos informados, menos produtivos, menos participativos. Encontrar soluções que respondam a esta realidade é o trabalho do designer de informação. E para isso, a linguagem tem de fazer parte da sua “caixa de ferramentas”.

11:45H 
Ana Alexandrino da Silva

Um golpe de asa... ou o papel do designer no mundo das representações estatísticas.

O desafio lançado na forma da pergunta: Pode o design ambicionar desenhar a informação? Suscitou uma reflexão sobre o papel do designer no mundo da informação estatística (quantificada e qualificada, absoluta e relativa, evolutiva,…) e sobre a possibilidade de esse ‘desenho’ ser necessariamente inovador, prescindindo dos gráficos conhecidos em detrimento de outros pouco testados. Considerando o cansaço face aos modelos gráficos actuais, que outro caminho para o designer senão recriar, reinventar, reciclar as formas gráficas existentes de modo a torná-las perceptivas para esse novo público prosumer - “simultaneamente produtor e consumidor de informação”. Abordam-se dois casos paradigmáticos: os Gráficos circulares e as Caras de Chernoff. Os exemplos escolhidos abarcam a representação univariada e multivariada; os primeiros, ao contrário dos segundos, são bem conhecidos do grande público apesar de lhes ser dedicada pouca atenção. Uns e outros aparentam ser simples, mas quando o objectivo é informar e quantificar falta-lhes um golpe de asa*…

(*Mário de Sá Carneiro - “Quase”)


12:15H 
Luís Rodrigues

Desenhar mapas (anamórficos) para melhor comunicar

Nesta apresentação são levantadas algumas questões fundamentais para entender a importância da cartografia e em particular do desenho de mapas na sociedade actual. O que é um mapa? Para que servem os mapas? Quais as vantagens da sua utilização?
Pretende-se demonstrar o potencial dos mapas na comunicação de dados, especialmente enquanto instrumentos de síntese de conteúdos complexos. Isto é, os bons mapas partem da generalização fragmentada da realidade e chegam aos seus destinatários de forma concisa, imediata e universal. O seu valor será tanto maior quanto melhor reproduzirem os aspectos da realidade seleccionados previamente para a sua concepção. Para o desenho de mapas invocam-se normalmente processos de generalização dos conteúdos seleccionados para representar cartograficamente a realidade. Em alternativa, é possível recorrer a métodos de generalização geométrica da realidade para a criação de mapas temáticos. Estes processos, normalmente associados às projecções cartográficas, são neste caso empregados para a criação de mapas cuja principal componente visualmente discriminatória é a forma. Os mapas temáticos resultantes deste processo utilizam preferencialmente como simbologia a distorção dos objectos em função de um tema. Como resultado deste anamorfismo desenham-se mapas mais rapidamente entendíveis, embora geometricamente menos precisos.
Os cartogramas lineares dos metropolitanos são os exemplos mais comuns de generalização geométrica, no entanto serão demonstradas nesta apresentação outras aplicações desta metodologia.

12:45H 
Debate e encerramento da sessão.

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